segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Vassouras Vermelhas e Pretas




Caiu a máscara. Tanto diz que diz com relação ao fato de haver ou não complacência com a corrupção no Governo federal ou ter ou não havido  herança maldita do Governo Lula ao atual com respeito a colaboradores pouco probos, e lá vem como numa onda tomando a forma de vagalhão a denúncia de que, faz 7 anos, deputados da base governista estadual vendem continuadamente  emendas parlamentares para empreiteiras.

Olhem só o tamanho da hipocrisia. A principal bandeira da oposição nos últimos anos vem sendo o chamado “mensalão” e o que é considerado como “leilões de cargo” aos aliados do PT para apoio a matérias de interesse do Governo Federal no Congresso. Ocorre que  durante todo esse tempo, e até antes, o Governo estadual vem dando brindes à  terça parte da Assembléia Legislativa como forma de angariar respaldo parlamentar. É o que diz o deputado Roque Barbiere, que promete anunciar  o nome dos envolvidos nos próximos dias.

A denúncia atinge em cheio as últimas gestões paulistas e mostra um grau de corrupção que torna o precocemente desbaratado mensalão do PT fichinha, já que o presente esquema envolve não apenas apoio a temas isolados levados a votação naquela Casa legislativa , mas a instalação mesmo de um “modus operandi” de relacionamento entre o poder Executivo e o Legislativo no Estado com base na permuta de votos por dinheiro, que é retirado do caixa estadual por empreiteiras prestadoras de serviços ao governo, para posterior restituição de comissões a deputados "amigos".

Desde já está implicado o Promotor Marrey que vem servindo a sucessivos governos estaduais faz 30 anos e que, segundo o denunciante, teria sido avisado quando à frente da Casa Civil do Govero Serra sobre o esquema. Iniciado, segundo ele, para beneficiar a eleição do então presidente da Assembléia Edson Aparecido.

Sabíamos que as vassouras verde-amarelas haviam sido confeccionadas na vassouraria do PSDB para serem dispostas na esplanada dos ministérios em Brasília. Só não sabíamos que vassouras vermelhas e pretas fariam tanta falta no mercado paulista. Por acaso haverá igual ânimo para buxixo na avenida paulista?

Segue matéria publicada no Estadão em que Roque Barbieri  faz seu debut de Roberto Jefferson estadual.



Deputado Questionou Governo Paulista sobre Emendas da ALESP


O deputado estadual Roque Barbiere (PTB), pivô das acusações que envolvem a Assembleia Legislativa de São Paulo há uma semana, questionou oficialmente a Casa Civil há dez meses sobre o funcionamento das emendas parlamentares no Estado.
Em requerimento enviado em 22 de dezembro de 2010 – e recebido pelo protocolo da secretaria –, endereçado ao então secretário-chefe Luiz Antonio Guimarães Marrey, o parlamentar faz quatro perguntas sobre pontos que não lhe pareciam claros a respeito das emendas, como valores, autores, beneficiários, endereços de empresas e motivos das liberações de emendas.
Pela ordem, foram, na grafia original: “1 – Neste Governo (período Serra/Godman), foram liberados Emendas Parlamentares para Fundações, Obras, Sindicatos e Associações? 2 – Em caso positivo informar a este Parlamentar os valores, nome e endereços de tais entidades e a razão da liberação e quem as solicitou. 3 – Existiram para as entidades acima mencionadas liberações sem serem via Emendas Parlamentares? 4 – Em caso positivo quais e quem?”.
O chefe de gabinete de Barbiere, Jair Braz Pereira, confirmou que o documento foi efetivamente elaborado pelo deputado e afirmou que a Casa Civil nunca respondeu às perguntas do parlamentar. Pela legislação estadual, as secretarias de Estado têm 30 dias, prorrogáveis por mais 30, para responder aos questionamentos de deputados.
CPI. A bancada do PSDB na Assembleia decidiu nesta quarta-feira, 28, não assinar o pedido de CPI apresentado pelo PT para investigar as denúncias de Barbiere. O líder do partido na Casa, Orlando Morando, avalia que o Conselho de Ética é o órgão que primeiramente tem a competência de avaliar o caso.
“A proposta do PT tem cunho eminentemente político e não de apurar as denuncias feitas pelo deputado Roque Barbiere”, sustentou Morando. “Se o Conselho de Ética é o único órgão capaz de apurar denúncias feitas por ou contra deputado, não tem razão de você ter uma CPI. Pode se tornar a CPI do fim do mundo”.
A única possível dissidência da bancada é o deputado Carlos Bezerra, que estuda assinar a proposta petista desde que os termos sejam mudados. “Este é um pedido de CPI que é feito como peça político-partidária-eleitoral”, disse.

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