Conferências internacionais sobre mudanças no estatuto autoritário do controle da maconha rende boas viagens, espaço na mídia e também um bom mote eleitoral para políticos aproximarem-se da juventude. Mas lidar com o problema real do uso da maconha entre jovens nos governos dirigidos por esses políticos parece ser coisa muito diferente.
Não que se defenda o uso da maconha, mas o insólito da prisão de estudantes dentro do campus da Universidade de São Paulo e, mais que isso, a forte repressão a jovens que não deveriam passar dos 23 anos de idade, perpetrada pelo governo cujo partido tem como presidente o principal proponente da descriminalização da maconha, soa muito estranho.
Mas pensemos: se essa personalidade sustenta que a lei seja modificada para refletir as mudanças dos tempos e o governador manda descer o pau sobre aqueles que não respeitam os tempos da lei, a dissonância entre ambos só pode exprimir a mais absoluta falta de seriedade no que respeita ao debate proposto à sociedade.
Vale dizer, o chamamento à revisão das leis não traduz atitude séria. Explora-se a flexibilização da lei para angariar votos entre os extratos mais jovens do eleitorado ao mesmo tempo em que se desce o cacete em nome do voto garantido do eleitorado conservador.
É a tática eleitoreira do “morde e sopra”: FHC fantástico seduz os jovens com um discurso adocicado de tolerância e a força policial assegura que a velha ordem não seja violada. Em proveito do próprio aparato policial que vê reforçada sua lucrativa posição de mediador entre o tráfico e os jovens consumidores. Afinal a máquina oculta de fazer dinheiro não pode parar, não até as próximas eleições.
Não sou otimista quanto ao comportamento da polícia. A cultura da militarização da vida e dos espaços públicos parece ter muito mais adeptos do que a cultura de paz. Por isso, é bem possível que episódios como o da prisão dos estudantes da USP venham a se repetir. Mas sou otimista em relação ao comportamento das futuras gerações. Não haverá prisão ou tentativa de degradação capaz de prender as idéias ou de impedir que o futuro aconteça. E o futuro, certamente, será melhor e mais livre do que a situação que vivemos no presente.
ResponderExcluirA hipocrisia dos auto intitulados social democratas só reforça em mim a convicção de que o PSDB é somente um partido autoritário com nome e discurcos democráticos mas de prática fascista.
O que aconteceu naquele episódio foi, nada mais, nada menos, que o USO MODERADO DA FORÇA NO ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL, que é garantido em lei ao policial. O fato dos oponentes da polícia serem estudantes universitários é que gerou a tal polêmica! Lembrem-se de que o início da baderna se deu porque três estudantes foram presos com maconha, ou seja, eram contraventores. A ação da polícia foi legítima e o que está acontecendo é uma inversão enorme de valores! Muitos pseudo-especialistas vêm dizer que a ação da polícia foi errada. Não vi nenhum deles mencionar qualquer princípio de CDC - Controle de Distúrbio Civil. Reclamar da polícia é muito fácil! Até que ponto a sociedade quer uma polícia eficiente? Até o ponto em que não incomoda os filhos dos ricos. PARABÉNS PARA A POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO!!!
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