Em progressão ainda mais acelerada que a verificada na recente greve dos coveiros vai se intensificando o odor fétido que vaza da Assembléia Legislativa de São Paulo e dos corredores que a comunicam à Casa Civil do Governo do Estado.
Os lábios arrocheados de dezenas de deputados que dão suporte à base governista naquela Casa de Leis indicam a fonte do mau cheiro: o mensalão que agora se sabe vem sendo recebido por essa gente em paga das atividades de representação política que deveriam fazer dos ciddadãos paulistas e pela qual são regiamente pagos.
Num episódio que reproduz de forma bastante irônica o affair político de 6 anos atrás protagonizado pelo Governo Federal, estoura agora outro escândalo datado de época ainda anterior mas só revelado agora e que deita por terra o discurso moralizante que Fernando Henrique Cardoso havia feito soar de seu esclarecido clarin para organizar a tropa de choque oposiocionistam em plano nacional.
Desmoralizações pessoais à parte, o caso já fulminou a estratégia eleitoral do Governador para as eleições do ano que vem, e que tinha no menino Covas o pano de toureiro para viabilizar a vitória do preferido ex-secretário Chalita à sucessão de Kassab.
A carniça parlamentar se acentua na exata medida dos arroubos verbais do Jeferson da hora , o deputado Roque Barbieri, que vem de subir o tom das denúncias para fazer associar o escândalo de que é portador àquele outro que fez desmoronar 10 anos atrás a Câmara Municipal de São Paulo, o das propinas pagas a vereadores pelos camelôs e que resultou na cassação e na prisão de muitos dos então representante dos municípes paulistanos.
Forçando o recuo das tropas governistas, Roque, sabe-se lá porque razão, começa transformar o que Ranata Lo Prete da Folha vem denominando de Tucanicídio, em referência à autofagia que toma conta do PSDB, numa espécie de suiídio moral coletivo.
Isso que dá fazer do moralismo arma de luta política. Segue matéria do Estadão sobre a investida de Roberto Roque Jeferson Barbieri.
Barbieri compara Assembléia Legislativa a Camelódromo
O deputado Roque Barbiere (PTB), que denunciou esquema de venda de emendas na Assembleia Legislativa de São Paulo, afirmou nesta terça-feira, 4, que não vai entregar nomes de deputados ao Conselho de Ética da Casa. ”Nenhum nome. Nem com revólver na cabeça. O objetivo não é dedurar ninguém. É acabar com a prática ou dar a ela mais transparência”, declarou.
Barbiere disse ainda que deve fazer seu depoimento no Conselho de Ética por escrito e que vai pessoalmente ao Ministério Público e que, ‘dependendo da forma como for tratado’, pode informar a promotoria sobre um caso concreto.
Segundo ele, esse caso concreto envolve parlamentares e ex-parlamentares. Barbiere não deu mais informações sobre que caso seria esse. Mas disse que houve parlamentares que venderam emendas que até já morreram e comparou a Assembleia a um camelódromo. “Tem várias maneiras. Isso é igual camelô. Cada um vende de um jeito. Cada um tem uma maneira, cada um tem um preço”, disse.
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