quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Que Nossa Senhora da Boa Morte os ajude!



Com o isolamento crescente de Serra no PSDB, atritado que está com Fernando Henrique Cardoso, que não lhe dá mais bola, e acuado por Alckmin que não lhe deixa mais respirar nos espaços restritos destinados a ele e a seu grupo no governo estadual, o derrotado candidato presidencial às eleições pelas oposições em 2010 não vislumbra mais horizonte de futuro dentro de seu partido.
Tentou se colocar novamente como candidato à presidência, mas a falta de apoio em casa e o anúncio formal de Aécio Neves que a vez agora é dele e que disso não abre mão, tornam contraproducente aspirar a reverter a virtual cristalização do nome de seu rival interno que goza de forte apoio na cúpula partidária nacional.
Por outro lado, o desmoronamento do DEM, de onde retirou seu vice nas eleições passadas e onde contava com expressivo apoio, subtrai-lhe a condição de fiador de futuras alianças que poderiam beneficiar ao partido e a seus líderes em comando.
A criação do PSD, por fim, marca-o como agente de desestruturação da agremiação que lhe deu a candidatura nas eleições passadas, já que sem Kassab não haveria a nova legenda que arrastou consigo parcela expressiva de quadros do PSDB, deslocando-o para a quarta posição como força política na Câmara.
Não é demais lembrar que foi Serra quem fez de Kassab prefeito de São Paulo contra o candidato  de seu partido e agora governador Alckmin.
É por não ter mais nem futuro nem presente e ainda possuir um passado agora desabonador no partido que ajudou a fundar é que Serra está em conversações com o PPS de seu grande amigo Roberto Freire para constituir uma nova agremiação que lhe permita começar do zero, como se jovem fosse, uma carreira política gravemente afetada por erros cometidos.
Marina estará com ele no mesmo partido, quem sabe pleiteando o governo de São Paulo... ou vice-versa. Que Nossa Senhora da Boa Morte os ajude!
 Segue nota à respeito, publicada no bem informado jornal Valor Econômico de 11/10/2011.

"Em reação ao isolamento de Serra no PSDB, o presidente do PPS, o deputado federal Roberto Freire (SP) ofereceu legenda ao ex-governador paulista.

Em entrevista ao portal "IG", Freire afirmou que, dada a propensão do PSDB em optar, desde já, pela candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República em 2014, Serra e seu grupo seriam "empurrados para fora da legenda" e poderiam encontrar espaço em seu partido. "Se o PSDB continuar tratando-o [Serra] tão mal, nada impede que ele também venha para o PPS. Estaremos de braços abertos", observou o deputado.

A ex-senadora Marina Silva, que deixou o PV, também é considerada bem-vinda pelo PPS. Aliados seus filiaram-se à sigla para concorrer em 2012. "Conversamos no sentido de abrir o PPS para que os marineiros possam se candidatar pela legenda, onde quiserem, no Brasil inteiro. Depois, tanto eles como nós decidiremos o que fazer. Podemos inclusive ficar definitivamente juntos".

As dificuldades encontradas por Marina e Serra para alocar seus grupos políticos fazem Freire até vislumbrar tais lideranças unidas, sob o guarda-chuva do PPS. "Isso poderia dar até numa via alternativa ao que está aí colocado [para 2014]: Dilma versus Aécio. Quem sabe uma via alternativa, de esquerda e com respeito ao meio ambiente?", avaliou".

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