Antes que se lamente o acidente com as composições do metrô que deixaram dezenas de ferido na cidade de São Paulo, é preciso dizer, de pronto, porque o episódio ocorreu.
Entender suas causas significa impedir que venha ocorrer em futuro próximo, em proporções ainda mais grave.
Nenhuma análise do ocorrido pode deixar de partir da
constatação óbvia que há excesso de usuários no metrô. Para atender à demanda
intensa, o controle operacional faz com que o espaçamento entre os trens seja
mínimo, o que aumenta o risco de panes e acidentes como o que se verificou.
De maneira inconsequente, a gestão Serra-Kassab na
prefeitura de São Paulo alterou as rotas de ônibus urbanos na cidade
transformando todas elas em rotas de curta extensão. A medida beneficia a um só
tempo as empresas de ônibus e as empresas que exploram as linhas de metrô, uma
delas privadas, a Via Amarela.
As mudanças levaram não só mais automóveis às ruas, aumentando
o desconforto de motoristas e passageiros, com também entupiram as estações de
metrô, principalmente aquelas que dão acesso à zona leste da cidade.
Há muito tempo, ao longo dos oito anos da gestão
Serra-Kassab, a linha vermelha do metropolitano opera com superlotação e
deveria ter sido duplicada. No entanto, ambições eleitorais levaram à opção por
obras de importância questionável e que beneficiava exclusivamente automóveis,
como a ampliação das marginais do rio Tietê que consumiram quase 4 bilhóes de
reais, ou metade do que exigiria o reforço de linhas.
O acidente que ocorreu é apenas um anúncio do que ainda está
por vir. Da mesmo forma que as sucessivas panes do sistema antecipavam um acidente
com vítimas, a manutenção das alterações em linhas de ônibus que atende a
cidade, prenunciam uma nova e mais grave ocorrência, desta vez com vítimas
fatais.
É no mínimo curioso que estes problemas e acidentes com CPTM e Metrô só aconteçam em anos pares. Por que não ocorreram esses grandes "caos" em 2009 e em 2011, enquanto que em 2010 e agora em 2012 acontece um problema/acidente por semana? É para se pensar...
ResponderExcluirConcordo plenamente. E acrescento mais... com a desenfreada construção de edifícios, não vejo nenhum planejamento de infraestrutura para atendimento à população que aumentará substancialmente. Imagine um local onde existiam 8 casa, sendo 8 famílias e nesse mesmo local constroem um edifício de 30 andares com no mínimo 2 apartamentos por andar. São mais 60 famílias. Mais carros, mais gente necessitando de transporte público, mais gente precisando de escola, hospital, etc... Sem planejamento, a cidade vai se tornar um caos ainda maior.
ResponderExcluirSobre anos ímpares, só um exemplo: No primeiro trimestre de 2011, já acumulava 1.557 falhas: -->> http://www.brazilia.jor.br/content/tres-meses-cptm-registra-1577-falhas-trens
ResponderExcluirMas talvez isso não chame tanta atenção, quando o ano é ímpar...