sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dilma e o cio da terra



Os vetos feitos pela presidente da República, no exercício de prerrogativas constitucionais, à legislação que lhe submeteu o Congresso Nacional para a regulação de áreas ambientalmente protegidas em propriedades rurais de todo País, está fadado a impor-se à resistência dos deputados a quem foram dirigidos.

Não se trata de discutir tecnicalidades sobre o assunto, como aquelas que aludem aos interesses corporativos e econômicos ligados à grande empresa agrícola e aos interesses fundiários.
A matéria submetida à presidente opõe duas esferas de vontades, irreconciliáveis nos termos da legislação emergida do Congresso e levada à sanção presidencial: a de 60% da população brasileira que vive em cidades contra a parcela minoritária que vive no interior do País, pulverizada em tantas diferentes visões impossíveis de auscultar.

Os vetos da presidente é o que quer a maioria dos brasileiros e parte preponderante dos povos do mundo. Que se preserve as nascentes, margens de rios e áreas vulneráveis como topos de morros, assegurando espaço satisfatório à vida vegetal, deveria já ser clausula pétrea da Constituição Federal e recomendação expressa da Organização das Nações Unidas.

O veto vem ao encontro àquilo que deseja a sociedade, por essa razão não haverá apoio político o bastante para removê-lo em nova apreciação do Legislativo ou mesmo para alterar-lhe o sentido por meio de mudanças do Decreto que substituiu a matéria vetada.

Tão certo quanto a derrota dos interesses que se colocaram contra a vontade da nação nesse embate, foi o crescimento político da presidente da República que já vinha gozando de índices de popularidade expressivos.

Mais que a figura da mandatária, fortalece-se o significado do presidencialismo para o brasileiro frente outra forma alternativa de organização dos poderes da República baseada na força do parlamento, o parlamentarismo.

Estivéssemos agora sob a égide desse sistema de governo, que é bandeira programática do principal partido de oposição, o PSDB, e o Brasil daqui a dez anos incorreria em desastrosa diminuição do volume de água que corre pelos seus rios, de graves repercussões econômicas para o conjunto da sociedade.

Felizmente podemos contar com um presidencialismo forte e uma mulher sábia a dirigi-lo, que bem compreende o cio dessa outra mulher, a nossa mãe Terra.


3 comentários:

  1. a maioria deste povo que pede o veto da dilma ao codigo florestal são pseudos ecologistas que vivem no ar condicionado;nunca viram um pe'de milho arroz ou feijão e tomara que no final da vida passem fome para valorizar o homem do campo que trabalha de sol a sol para encher suas gordas barrigas!

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  2. "O veto vem de encontro àquilo que deseja a sociedade..."
    Creio que o emprego da expressão "de encontro" tenha sido equivocado, já que indica "em contrário". Acho que o correto seria "vem ao encontro".
    Abraços

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    1. obrigado amigo pela observação. Ela está correta. Já providenciei a alteração.

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