quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O estrategista Kassab



Se não brilha como gestor, Kassab demonstra ser gênio como estrategista político. Olha só o que homem fez: percebendo ruir o edifício da direita brasileira com o escândalo do partido dos Democratas (DEM) em Brasília, deixou no madeirame a escoragem do conservadorismo brasileiro, com a malograda campanha de José Serra à presidência, e saiu a campo para formar novo partido.
O que parecia improvável ganhou conotação de verdadeiro portal em direção a uma nova configuração da política brasileira para todos aqueles que, apartados dos cofres federais a penosos 8 anos, enxergaram na dúplice tragédia  - a do governo do distrito federal e a de Serra – a senha para fugir à companhia de agrupamentos político que se tornaram pouco menos que aves de repetição.
Contra sua iniciativa mobilizaram-se os aliados e partidários de ontem vendo o perigo que lhes rondava à volta. E se logrou seu intento político o foi porque contou com o apoio velado do governo federal tanto na mobilização de partidários a fim de ver suprido os quadros de parlamentares que necessitava para o preenchimento dos requisitos legais exigidos quanto na mudança de tendências do Tribunal Regional Eleitoral  pouco favorável inicialmente a migrações partidárias.
Mas sua última grande façanha, coroando o primeiro êxito de fazer zarpar um grande navio de centro direita sob as barbas dos grande partidos conservadores brasileiros, foi  a de haver cooptado Henrique Meirelles, ex-presidente do banco central,  e tê-lo lançado simultaneamente ao nome de Guilherme Afif Domingues, vice-governador de São Paulo, à disputa pela prefeitura municipal ano que vem.
O movimento foi de enxadrista porque, com Meireles, Kassab traz para junto de si todo aparato político do governo federal e do lulismo, seguramente 60% do PT hoje, ao mesmo tempo em que deixa apavorada as hostes tucanas, que sabem que Meireles na Prefeitura corresponde à virtual derrota da recondução de Alckmin ao governo estadual e, com ela, a antecipada inviabilização do retorno do partido ao governo federal.
Com isso fez com que rapidamente os figurões tucanos rifassem todos os seus pré- candidatos, deixando Bruninho Covas pendurado no prego do propino-duto da Assembléia Legislativa e os demais em compasso de espera, na expectativa da iniludível benção das lideranças. Que querem agora Afif na exata medida em que veêm o vulto de Lula por detrás da imagem de competência supra-partidária de Meirelles.
Kassab joga para imobilizar num primeiro momento tucanos, arrancando-lhes em seguida o que nunca imaginaram ceder: a cabeça de chapa para uma disputa majoritária. Isso, que é desejo das lideranças e ato cedição para a militância, principalmente depois que o próprio governador recusou a dobradinha há 3 anos atrás, deverá rasgar de alto a baixo a unidade partidária já esgarçada com as desavenças entre Serra e Alckmin.
Por fim Kassab irá de Meirelles com o apoio de partidos da base do governo federal, como PSB e PDT, conseguindo com que o governo federal não mova sua máquina avassaladora contra a candidatura gestada pelo Kassabismo.
Quanto à candidatura petista às eleições municipais, deixará de ser uma investida de vida e morte e servirá mais para mostrar uma cara nova para as eleições futuras. Marta no fim recuará, já que a esta altura joga por um ministério no governo federal , bem orientada que está pelo experimentado ex-quercista que é seu ex-marido.
Lula no fim vencerá, seja com Hadad seja com Meirelles e poderá pavimentar sua candidatura ao Governo do Estado em 2014, ponte ao Governo Federal em 2018. Os corinthianos, a periferia e a nova classe média vassoureira e dilmista o levaram ao bandeirantes.

2 comentários:

  1. Meu único receio é que por trás desta jogada de Kassab esteja seu amigo e padrinho politico Serra, que percebendo a falta de apoio do PSDB à sua re-candidatura ao Palacio do Planato e com o intuito de tirar Alkimin da jogada,planejou a fundação deste novo partido para depois se filiar e sair candidato novamente pelo mesmo. Lembrem-se: Ser Presidente da República é a Obsessão de Serra, não o subestimem.

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  2. O maior medo do PSDB é que esta surgindo um partido capaz de concorrer ao governo do estado de São Paulo, uma vez que, o medíocre PT-SP, já mostrou e continua mostrando que é completamente incapaz de governar o estado mais rico do país!

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