quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O aumento do IPI para carros importados foi correto, conclui estudo da GV



Estudos divulgados há pouco pela Fundação Getúlio Vargas mostram que, ao contrário do alarido de economistas da oposição, o Governo estava absolutamente certo quando elevou as tarifas para automóveis importados com baixo conteúdo nacional. O estudo chegou a essa conclusão comparando  a relação que as moedas da China e do Brasil mantêm com o dólar por meio das respectivas taxas de câmbio.

Enquanto sabemos que o real está bastante valorizado com relação ao dólar, o contrário se passa com o yuan (moeda chinesa). A nossa moeda está valorizada cerca de 30% em relação à americana. A moeda chinesa está desvalorizada mais ou menos 30% frente a estadunidense.

Uma coisa pela outra, não só nossas tarifas de importação ficam zeradas se considerado o nível de 30 a 35% da tarifa aduaneira vigente hoje no Brasil, como os chineses levam ainda uma vantagem de quase  35% nas suas trocas com o Brasil por causa do grau de desavalorização de sua própria moeda.

A diferença total, somando a nossa desvantagem e a vantagem deles, fica em 70 pontos a favor dos orientais. Isso significa que nossas tarifas de importação, sem a rodada recente de elevação  do impostos sobre produtos industrializados ficariam negativas em 30%.

O cálculo da GV deixa bem claro que não havia qualquer fundamento na afirmação de que a elevação do IPI representaria uma restrição ilegítima ao comércio entre os dois países. Ao contrário, já há contencioso aberto no âmbito da Organização Geral de Comércio de que eventuais diferenças a partir de 20% da paridade entre as moeda de 2 países devam ser corrigidas por mecanismos compensatórios a serem definidos. Na nosso caso, a diferença já somava 70%.

Interessante notar que o crítico mais ácido da medida de elevação do IPI foi o ex-candidato à presidência José Serra, que fêz publicar artigo de baixa repercussão na imprensa especializada relacionando o aumento da alíquota do imposto a uma suposta herança maldita legada pelo governo anterior ao atual. O que não procede sequer como discurso político dado o fato de ter sido exatamente a suposta herança que fêz possível à política de comércio exterior brasileira suportar a bucha do desequilíbrio entre as moedas por tanto tempo.

Mais incosistência foi o ex-ministro  do governo FHC, Luiz Carlos Mendonça de Barros, que considerou a compensação pretendida pelo imposto com o fechamento comercial perpretado pela ditadura militar, como se os dias de hoje pudessem ser comparados, em termos de abertura e integração do comércio internacional, com aqueles de 30 anos atrás.

Já pensaram uns caras desses chegando à Presidiencia da República. Aí sim bau-bau para indústria nacional.


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