quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Levando o Judiciário ao Pet-Shop



No momento em que se fala como nunca em corrupção no País é bastante oportuno passar em revista a situação do Judiciário brasileiro. Poder de Estado ao lado do Legislativo, representado pelo Congresso Nacional, e o Executivo que é constituído pela presidência da República, a Justiça no Brasil passou incólume por todos os progressos que se tem feito para moralizar as Instituições.
Alguns haverão de achar que de tão corriqueira a corrupção nos jornais nada aconteceu nos últimos 10 anos no sentido de restringir-lhe a intensidade. Sim, porque a corrupção como tal haverá sempre de existir sob qualquer regime, em qualquer parte do mundo. Está nas entranhas do homem, como a cobiça e a sexualidade. Mas a corrupção tanto no Legislativo quanto no Executivo diminuiu bastante nas últimas décadas. Apenas que é muito mais comentada.
No Judiciário, onde não aconteceu nem CPIs nem cassações, um número não especificado de juízes continua mantendo escritórios de advocacia em nome de filhos, genros e outros alaranjados que vendem a preços pouco módicos sentenças a facilidades a uma clientela endinheirada.
No fundo, isso que explica o porquê da Justiça brasileira ser tão seletiva quanto se trata de decidir entre réus ricos e réus pobres ou entre empresas grandes e empresas de pequeno porte, beneficiando invariavelmente aos primeiros. Depois do Lalau e do Rocha Matos, alguém se lembra de algum juiz que tenha sofrido qualquer punição?
Mas depois que se instalou o Conselho Nacional de Justiça, um Órgão de fiscalização externa composto pela própria magistratura, bastante a contragosto algumas poucas coisas pareceram mudar, como o desbragado nepotismo que ainda grassa entre os juízes. Quer ser juiz? Antes de pensar em concurso pense de casar-se com a filha de um deles.
Exatamente esse arremedo de controle que querem agora calar. A corregedora da recém-criada Instituição de tanto ser constrangida no seu dever de coibir as malandragens de juízes chegou a publicamente declarar que o meio era povoado por bandidos de toga. Para que? O Presidente do Supremo, chefão do Judiciário e pretenso semideus, exigiu que a digna senhora voltasse atrás no que disse e se retratasse publicamente.
Foi o bastante para  o País perceber a necessidade de limpar essa casa de acomodados e de venais, que ao decidirem sobre leis colocam-se eles mesmos acima delas.
É hora de limpar o Judiciário brasileiro, e haja água e sabão!

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