quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Vem aí a CPI do Serra




O silêncio sepulcral mantido até agora pelos principais veículos de comunicação do País com relação ao livro que aponta desvios de recursos das privatizações realizadas no governo Fernando Henrique em benefício de alguns de seus principais integrantes, dentre deles José Serra, começa a dar lugar a comentários comedidos sobre o conteúdo da obra.
O motivo é o registro de pedido de CPI na Câmara dos deputados que contou com 185 assinaturas de parlamentares, 14 mais que o quórum exigido para iniciativas desse tipo. A comissão de investigação só deverá ser instalada no início do ano que vem, mas alguns de seus efeitos já podem ser antecipados.
O principal deverá ser o encerramento da carreira política do ex-governador de São Paulo José Serra que à revelia de seu partido montou o esquema ilícito de enriquecimento pessoal.
Documentos oficiais que ilustram o livro mostram que até a casa em que mora hoje Serra está em nome de sua filha, Verônica Serra, principal envolvida com o escândalo. Além desse imóvel, há outros em nome de parentes seus no litoral Sul da Bahia, inclusive uma ilha.
Para essas imobilizações deve ter contribuído a atuação do secretário de meio ambiente de Porto Seguro à época (2006-2008), o geógrafo Beny Ricardo Pontes Abreu que depois de deixar o cargo naquela cidade foi admitido na estatal paulista DERSA na gestão de seu padrasto , então presidente da empresa, Thomás de Aquino Nogueira, amigo e também indicado por Serra.
Outra conseqüência da CPI será o de revelar a parcialidade e partidarismo com que se guia o noticiário das principais emissoras de TV do Brasil, que se recusaram a noticiar até mesmo o fato jornalístico de o livro com as denúncias figurar como o mais vendido das últimas semanas, com a primeira edição esgotada em 48 horas.
Para além dos desdobramentos políticos de mais curto prazo que se espera de qualquer investigação desse tipo, a abertura da CPI deverá constitui o registro para a posteridade do momento em que as mídias sociais deixaram de se alternativas e passaram a constituir instrumento de fato de mudança da realidade política do País.

Um comentário:

  1. Portanto, uma boa oportunidade para se chegar até onde alcançam os tentáculos do serra e da grobo.
    O silêncio da emissora talvez seja indício de culpa no cartório.
    O que eu quero é ver se o Congresso vai ter coragem de ir adiante.
    Mas não me iludo. Sei q, no judiciário, a coisa não vai.

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