terça-feira, 6 de dezembro de 2011

E o Brasil pode respirar sem a China





Contrariando os mais pessimistas que diziam que o Brasil sucumbiria à menor oscilação das compras feitas ao país pela China, os números do comércio exterior brasileiro no mês de novembro guardam uma grata surpresa.
E quem desponta como importante adquirente de produtos do país, compensando variações para baixo das compras chinesas para o final de ano? Os Estados Unidos.
Tradicional parceiro de comércio do Brasil, no mês que passou os EUA aumentaram suas importações do Brasil em mais de 70% em relação ao mesmo mês de 2010. Na comparação com outubro último o acréscimo foi de cerca de 30%.
A novidade está em que não foram os produtos primários que puxaram esse resultado positivo, embora o café tenha mostrado desempenho excepcional de preço com valorização de 40% a saca na mesma base de comparação.
Foram principalmente o petróleo, os aços planos e as máquinas pesadas que lideraram o surpreendente desempenho das exportações e fizeram com que o país americano fosse o terceiro mais importante destino das nossas exportações no mês que passou.
Muitos dirão tratar-se de efeito sazonal, predestinado a desaparecer no futuro próximo. Não parece ser bem assim, já que as vendas aos Estados Unidos responderam não só à melhora acentuada da paridade das moedas dos 2 países senão que à maior integração entre as duas economias ocorrida nos últimos 4 ou 5 anos, motivada pelas aquisições de empresas americanas por grupos brasileiros e pelas maiores inversões de capitais das matrizes de grandes corporações norte-americanas em suas filiais brasileiras.
Prova disso foram as compras gigantescas de aço realizadas no mercado nacional pela ThyssenKrupp de sua parceira Companhia Siderúrgica do Atlântico e as feitas pela Caterpillar de sua filial no país, com o propósito de fazerem face às novas contingências concorrenciais determinadas pelo quadro atual de realinhamento de preços internos daquela economia.
No caso específico de escavadeiras e similares, essas compras fizeram o item máquinário pesado saltar para o 13º lugar da pauta de exportações em novembro, delineando um movimento que pode não ser contínuo mas que deve repetir-se ou até intensificar-se.
O desempenho é de qualquer modo indicativo da resilência das vendas externas do país, capaz de produzir bons resultados apesar das oscilações naturais de uma conjuntura de crise internacional. Situação apenas possível quando a economia mostra-se suficientemente diversificada e apoiada em estrutura de custos competitiva.
Muito há a ser feito, é verdade, em termos de melhoria das condições de custos com que opera a indústria. E a finalização da segunda fase do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento haverá de contribuir para isso. Por enquanto fica o repto lançado pelos dados da balança conercial a economistas choramingas: será que o Brasil precisa da autorização de chineses para poder respirar?

Fonte: Jornal Valor Econômico.

Um comentário:

  1. O Brasil e o melhor do mundo e so ser levado mais a serio principalmente por esses politicos asquerosos, pois quem esta fazendo o Brasil crescer são o povo brasileiro e a iniciativA PRIVADA

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