quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As consequências de trair a CPI




O partido dos Trabalhadores encontra-se diante de uma grande oportunidade e um grande risco. Ambas as possibilidades decorrem das escolhas alternativas que fizer com relação à CPI das Privatizações, que em prazo recorde teve o pedido formulado por um número de assinaturas mais que suficiente para sua abertura e o registro deferido pelo presidente da Câmara Marco Maia.
Se disserem não à CPI, a primeira de iniciativa das esquerdas, os petistas estarão dizendo adeus à credibilidade granjeada em mais de 25 anos de lutas contra os desmandos dos donos do poder no País, como foi discurso recorrente desde que Lula candidatou-se pela primeira vez à presidência da República.  
Isso porque não se trata de uma CPI qualquer, tampouco de uma simples instância jurídico – parlamentar criada para dar vazão aos jogos de pressão e contrapressão que envolvem a rotina do parlamento. Trata-se da culminância de 3 décadas de esforços de militância que deram o comando do País ao partido dos trabalhadores e fizeram da sua bancada a maior do Congresso nacional.
Essa CPI não pertence ao PT, mas sim aos seus eleitores e apoiadores os quais combateram nas mídias sociais pela sua constituição. Um golpe branco contra sua instauração será um golpe na confiança que a juventude e os trabalhadores depositaram no partido como instrumento capaz de servir às mudanças que se acredita sejam necessárias ao País.
Se disserem sim à CPI, os petistas estarão se credenciando junto às novas camadas sociais que, por intermédio da ação partidária, assistiram a oportunidade de disporem de um partido apto a romper com a manipulação dos partidos populistas que utilizaram historicamente as camadas populares como massa de manobra para a preservação do “status quo”.
Poderão ainda firmarem-se como instância de poder independente do governo. Pois se o governo, em função da missão institucional de que está imbuído, tem o papel de representar a todos os brasileiros, adeptos ou não da sigla que o elegeu, o partido tem a missão de travar o combate político e influenciar o mesmo governo para que prossiga com as mudanças que correspondam aos interesses das classe e dos setores de classe que lhe emprestam perfil ideológico.
As forças políticas, nas ruas e nas mídias sociais de que se valeram para que a situação chegasse até aqui, devem intensificar a pressão para que não ocorra um acordo de bastidores que salve a face daqueles que têm algo a perder com o aprofundamento das investigações.
Pela primeira vez as novas forças políticas que emergiram nos últimos 10 anos de governo das esquerdas coesionaram-se para a tomada de iniciativa política que julgam traduzir uma conquista estratégica de seus embates políticos. Traí-las trará graves prejuízos aos conspiradores.

Um comentário:

  1. Protógenes é um ótimo exemplo de político e profissional para pedir CPI.
    Aliás CPI só serve pra fazer propaganda pra político em época de eleição e gastar nossa
    o dinheiro do contribuinte.
    A do mensalão ficou só na história...

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