Quando a discriminação está no DNA de uma publicação não adianta escondê-la. A humanidade que teve na inteligência de homens e mulheres de baixa estatura o aporte de grandes contribuições à ciência e às artes, não pode resignar-se quando supostos argumentos científicos são mobilizados para estigmatizar a diferença.
A revista Veja vem de estampar em sua capa jocosa imagem que sugere ser a vida melhor para quem é mais alto. Esquecida de seu papel de contribuir com o apagamento de diferenças culturalmente estabelecidas, que bem poderiam ter tido origem nos primórdios das cavernas, a publicação volta ao tempo do nazismo e brinca com algo que trouxe a família de seu fundador ao Brasil, o escárnio dos autoproclamados maiores e normais.
Com isso vilipendia a memória de todos aqueles que não chegando ao 1,70 m de altura legaram inestimáveis contribuições aos pósteros, ao mesmo tempo em que amplia o sentimento de diminuição social daqueles que não foram favorecidos em nossa sociedade altamente discricionária com a sorte de terem nascidos fortes e esteticamente bem dotados.
Mas há uma coisa que os inescrupulosos editores de Veja não dizem para seus leitores. Que a matéria de capa presta-se a fazer mechandising, ou propaganda dissimulada, de drogas e tratamentos médicos a base de hormônios e fatores de crescimento que teriam o condão de restituir aos atingidos pela ”reportagem” a estatura que gostariam de possuir para serem aceitos e bem sucedidos nos ambientes sociais nos quais interagem.
Não terá sido a primeira vez que a revista dissimula interesses comerciais em interesses científicos, como o demonstra a promoção que fez recentemente de droga não aprovada pelas autoridades sanitárias para a perda de peso. Mesmo que ao preço de riscos severos à saúde de leitores menos avisados que desconheçam as implicações de tratamentos com drogas de efeitos não estudados para grandes grupos populacionais, do tipo dos alcançados pela revista.
No caso específico dos hormônios e fatores de crescimento, resultados de pesquisas facilmente acessadas pela internet demonstram a associação dos mesmos com diferentes modalidades de cânceres e distrofias.
Se a revista tudo faz para vender, cumprindo o papel de instrumentoa serviço de grandes laboratórios farmacêuticos, onde estão as autoridades de saúde que não veem a público condenar abertamente essa ignomiosa campanha de medicalização das diferenças em detrimento da diversidade e da segurança médica da população?
Deve ser a pior revista do Mundo mesmo.
ResponderExcluirQuando vi a capa, lembrei na hora da maluquice nazista. Veja consegue juntar mau gosto e mau caratismo como ninguém!
ResponderExcluirAcho que nem Nazista poderia se dizer, pois a matéria foi feita de uma maneira a parecer entretenimento barato, se levassem em consideração o Nazismo, ao menos teriam como base Hitler que foi um homem de estatura muito baixa (para o padrão alemão) e alcançou o maior status da nação! Ou quem sabe Napoleão? ou o Lula que a veja tanto ''adora''? A revista Veja já nem tem mais nenhuma credibilidade. Esta matéria foi preconceituosa e desrespeitosa, mas ao que tudo indica, eles já estão sofrendo as consequências da mesma. Não duvido que irá se basear em argumentos estúpidos tais como "países com pessoas mais altas são os mais ricos hihihi ". Os homens mais bem sucedidos da atualidade são de estatura média baixa.
ResponderExcluirA Revista Veja já foi referência e fonte de excelentes publicações, mas atualmente só tem manifestado a "estatura" da sua importância num processo de contínua decadência.
ResponderExcluirAo ler a Veja, você está lendo algum conto da carochinha, ou mesmo reportagem que alguém tem grande interesse, um laboratório, um milionário(excêntrico) que paga a matéria para ser lida por alguns, e assim vai, cada dia vemos que a credibilidade dá espaço a vulnerabilidade dos fatos, ou seja o que seria uma reportagem de cunho informativo, passa a ser um belo DEBOCHE de pessoas que entendem do assunto ora descrito pela Veja, e ainda tem gente que acha a melhor revista semanal. Vai ler revista que possa te engrandecer, ter orgulho de falar de uma reportagem, e deixa as coisas sem sentido ir ao vento. Quem é grande é que realiza fatos que o torna GRANDE e não em estatura!!!
ResponderExcluirvide também o artigo do Luis Nassif: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-capas-medicas-da-revista-veja#more
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