Não deveria causar perplexidade a capa que a revista Veja da última semana de março de 2012 dedica a Dilma Russef. Com o horizonte de permanência no poder por prováveis 7 anos , a presidente representa uma relação importante demais para a empresa de mídia descartar.
Confrontada com dificuldades financeiras próprias `a modalidade de negócio que explora, a Editora Abril, empresa que pública o semanário busca reposicionar-se no mercado de modo a apagar o forte estigma que marcou a linha editorial da sua principal publicação ao longo dos 8 anos do governo Lula da Silva.
O expressivo peso que empresas governamentais e seus maiores fornecedores têm no faturamento publicitário dos cambaleantes negócios de mídia impressa e a contínua queda na venda de assinaturas de produtos da espécie, fez com que a editora rendesse-se `as contingências de mercado e desistisse – ao menos provisoriamente - de servir como instrumento nas mãos de grupos minoritários na política.
Mas há uma consideração de maior abrangência situada no campo do marketing que perpassa a decisão da empresa. O público consumidor em potencial da revista Veja mudou de perfil e agora se parece um pouco mais com os 42 milhões de pobres que passaram a fazer parte da classe média brasileira.
É a esse novo consumidor que a empresa terá agora que adaptar-se se quiser, como está obrigada, manter a escala de vendas que torne seu principal título economicamente viável no futuro. Desgraçadamente, para a Editora Abril esse público gosta do ex-presidente Lula e vê em Dilma Russef a continuidade de seu governo.
Essa nova classe média, que se informa fora do circuito tradicional de informação, tem opiniões próprias e, como ficou demonstrado com os resultado das últimas eleições presidenciais, não segue o segmento mais restrito dos extratos superiores da classe média, este fiel `a revista Veja.
Mesmo todas essas razões seriam insuficientes se ela própria Dilma não contasse com um governo bem avaliado pela opinião pública cujos índices de aprovação beiram os 60%. Nela os brasileiros vêm confirmadas suas inclinações quase religiosas no tocante `a figura da mulher, emprestando-lhe o apoio necessário para que confronte os epígonos do Congresso Nacional e as corporações de ofício político que lhes dão sustentação.
Afinal, se a presidente dá combate `a corrupção, nos termos em que vinha pregando o semanário Veja, e projeta a imagem de mãe protetora que os brasileiros admiram, como poderia a família Civitta confrontá-la?
Não poderia, e seu novo sócio no Grupo Abril, o fundo de investimento sul-africano Naspers, deu-se conta disso. O resultado é a aproximação com Dilma, com direito `a chamadas nas rádios da Rede Globo que dão a entrevista como o passaporte para o ingresso da chefe do Executivo para o panteão dos grandes presidentes do Brasil.
Nada mal para quem até um ano antes fora acusada de despreparada e adepta a teses que feriam a índole dos brasileiros. O fato é que agora o grupo Abril resolveu se compor com Dilma e isso constitui um passo formidável para a reconciliação do partido dos trabalhadores com um setor que lhe é mais refratário nas maiores cidades do País.
A esquerda deve, pois, saudar, essa nova conquista política do governo que ajudou a eleger em outubro de 2010.
Se se der o trabalho de ler a coluna de Guzzo, na última página da mesma edição, a propósito da "nulidade" do governo Dilma, você vai deixar de lado esse arrazoado fantasista.
ResponderExcluirNão vi, não sei quem é Guzzo porque não leio a Veja mas, como colocou, imagino que seja um editorialista, um colunista, articulista ou o outro que o valha.
ResponderExcluirBem, sendo assim, considere isso como aquela trincheira isolada que o soldado não ouviu gritarem o fim da guerra. Se o eco chegar até lá, confirma o arrazoado acima. Caso não chegue, confirma a tática de Chateaubriand de ser amistoso nas matérias e um tanto rude nos editoriais. Carta marcada.
Veja nunca fez as pazes com Dilma. Na verdade nunca estiveram de mal. Sempre vejo os editores da revista, em seu espaço na internet, divulgando matérias que direta ou indiretamente apoiam a Presidente. A briga é com o PT e isso significa guerra pessoal contra Lula, que é seu fundador. Mas eles parecem não ter nada pessoal contra Dilma. Estranho nisso tudo é o carinho que eles têm por FHC. Mas parece pessoal também. O fato é que não existe trégua. Façam a análise do cenário político que quiserem, eles vão continuar denunciando escândalos envolvendo petista Brasil afora.
ResponderExcluirEu percebo diferente. Percebo 2 coias:
ResponderExcluir1) A Veja gosta da Dilma pq faz parte do "clã" deles (intelectualmente, digamos assim). A Veja percebe q o perfil da Dilma é igual do FHC, ou seja, neo-libral de ultra direita (q só se aproveitou da amizade do Lula para se eleger ao mais alto cargo do poder - até pq se não fosse o Lula, Dilma não seria nada, não teria capacidade nem carisma pra chegar lá por si só, ela se aproveitou da situação, se aproveitou do Lula querer colocar uma mulher como sucessora). No governo, pelas suas ações, vemos que o perfil da Dilma é de uma TUCANA NATA (na pele de PT "de esquerda", lobo em pele de cordeiro, enganando muitos de seus eleitores q confiaram na indicação dela pelo PT/Lula). Dilma é típica tucana, seu perfil é de extra direita, JAMAIS esquerda. Está no partido errado. De repente, quem sabe, pensa em coopta-la pra disputar cargos eletivos pelo PSDB um dia... Não me surpreenderia se um dia isso acontecesse.
2) Dilma é neo-liberal de ultra direita, um perfil do FHC piorado. Não é o continuísmo do governo Lula e sim do FHC (basta ver as ações de sua protegida no Minc, a Ana de Hollanda...). E ISSO AGRADA aos EUA. Agradando aos EUA está agradando o dono da Veja, Civita, que é testa de ferro dos interesses norte-americanos nesta semicolonia.
Para de fumar essa droga mofada, a Dilma é PT até os ossos, e ultra direita é a sua madre, ela é comunista da dinheiro do governo pro mais pobre, ajuda os trabalhadores financiando casa a preço e condições razoaveis, agora vc vem dizer que ela é tucana!!!
ExcluirVo fala pra vc oque é ser tucano:
ser tucano é vender estatais e madar o dinheiro pro caribe
Ser tucano é deixar o FMI mandar no país.
SEr tucano é acabar com as universidades e qualquer fomar de pobre chegar até ela.
ser tucano éfazer as coisas nas ultima hora só conseguir voto.
Ser tucano é roubar e ter a cara de pau de falar que quem rouba é o PT.
ser tucano é comanda SP 16 anos e não fazer nada melhorar, só pra foder quem não pode pagar.
Ser tucano é criar pedágio urbano, com preço pra Ingles pagar.
Ser tucano é defender o maldito do cerra do FHC em publico.
o picolé de xuxu tbém.
Veja? Não vejo nem acredito que essa revista recomponha-se com Dilma Rousseff. Acho que ela está usando a tática do "bate e assopra".
ResponderExcluirDe qualquer modo, aguardemos os próximos lances.