sábado, 21 de janeiro de 2012

Datafolha: oposição arranca e pisa nas calças



Saíram novos números da pesquisa Datafolha sobre a popularidade de Dilma Russef à frente do governo e os resultados não encontram paralelo com nenhum outro que o precedeu. Foram 59% de aprovação, mais 33% de regular. Contra 41% de FHC e, pasme, 50% de Lula ao fim do primeiro ano.
Os analistas partidários irão solfejar diferentes razões para o fenômeno ímpar na história de acompanhamentos estatísticos de governos no Brasil, mas os motivos parecem bastante claros ao senso comum daqueles que o determinaram, os eleitores.
Não é segredo para ninguém que o mundo lá fora enfrenta uma turbulência inaudita. Mais patriotas que aqueles que escrevem ou falam na mídia, os brasileiros sabem que em momento como esses devem fazer-se mais fortes unindo-se uns aos outros e todos em torno de seu governo. Afinal, fronteiras e estados nacionais existem para isso: defender os cidadãos de ameaças externas; e as crises, depois das guerras, é uma das mais graves ameaças que pode enfrentar um povo.
Como quem luta diariamente para ganhar a vida e não dispõem de reservas bancárias que lhes permita sobreviver em caso de tudo de der errado, os trabalhadores sabem que seu maior patrimônio é o emprego. Então o que dizer de um governo que lhes assegura oferta ampla de oportunidades de trabalho, com níveis salariais como não se via desde há muito tempo? Aprovação, naturalmente, e os votos de que persevere ainda mais na defesa do que é aqui produzido com consequente geração de empregos.
De outro modo, as pessoas sabem desde a infância que “a oportunidade faz o ladrão” e por isso não acreditam em discursos salvacionistas e purificadores, que pregam um país isento da corrupção. Menos importante que a corrupção é a decisão de quem é beneficiário do esforço coletivo de produção da riqueza. Daí que aos olhos dos que aprovam Dilma, mesmo com uma improvável corrupção zero, a vitória das oposições seria uma vitória dos que não se importam com os pobres e almejam tudo para os de sua classe.
Aprendeu também a população que a mídia veicula o que lhe convém. O sentimento de que existe uma grande conspiração midiática em favor dos que chamam de “gravatinhas” é generalizada entre. Desconfiam em gente que fala como antigos senhores e que parecem nada enxergar num país que não submergiu diante de um momento internacional dramático e que, ao contrário, é credor de países ricos, saltando para a quinta maior economia do mundo.
A classe média tradicional, em sua incorrigível empáfia, considera que o povo – como gostam de dizer – está iludido e que vota com o estômago. Esquece-se que, menos digno que votar por necessidade, é votar com os bolsos como faz ela. Pensando no que lhe convém para obstar a diminuição das diferenças sociais, que lhes retira o status de classe social privilegiada.
Por tudo isso não surpreende a aprovação ao governo Dilma tampouco o fato de que, diante desse endosso, a governante venha se impondo como um tremendo cala-boca silencioso àqueles que lhe imputaram toda sorte de desatinos.


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