quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Os nervos de Serra




O isolamento de Serra no PSDB vem produzindo situações patéticas. Ignorado pelas diferentes alas do partido em todos os planos da direção partidária, da nacional à municipal, o ex-candidato resiste a assumir sua morte à luz do dia e recolher-se ao esquife, como fazia o personagem de Bram Stocker, Drácula.
Deu para brigar por causa de publicações cuja tiragem não ultrapassa os cem exemplares, a levar-se em conta informações de Renata Lo Prete, da Folha de são Paulo, que revela xingamentos do político ao representante do núcleo de jovens, o impúbere e desconhecido Paulo Mathias, a quem Serra teria acusado de chefe de “bando de pelegos”.
Tamanha parece ter sido a impropriedade política do episódio que o maior aliado de Serra no partido, o senador Aloysio Nunes, foi levado a distanciar-se do amigo e a solidarizar-se com o rapazote.
O incidente teria passado desapercebido se momentos antes o desnorteado presidenciável não houvesse ido às turras ao telefone com o presidente do diretório estadual do PSDB, ameaçando o partido de cruzar os braços nas próximas eleições caso vença posição da instância estadual de lançar candidato próprio.
A ameaça de Serra produziu o descontentamento até daqueles que lhe devem vassalagem política, como o secretário da Cultura Andrea Matarazzo, que manifestou contrariedade com a ameaça dirigida também à sua postulação de candidato.
O fato é que a consagração do candidato petista Hadad um ano antes das eleições pôs os adversários em polvorosa e tornou urgente a decisão por parte do PSDB de lançar candidato às próximas eleições ou apoiar a candidatura de outro partido.
De olho em sua permanência à frente do palácio dos Bandeirantes Allimin não desejaria outra coisa. Mas o exemplo de obstinação em favor de candidatura própria que deu nas eleições passadas, quando confrontou Kassab, retira-lhe a autoridade para fazer o jogo que é do seu desejo: apoiar o vice-governador Afif Domingues em troca da repetição da dobradinha que o levou à direção do governo.
A solução do agrado de todos seria cravar a estaca no coração de Serra fazendo-o disputar as eleições do ano que vem.  Mas vampiro com doutorado que tem, dorme com um olho fechado e outro aberto e diz que não pretende chupar sangue ano que vem.

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