sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A desastrosa armação contra Kassab


Em mais um desdobramento da guerra surda que a direita trava nas sombras da política pela hegemonia do eleitorado conservador, o PSDB urdiu, junto à ala Alkimista do Ministério Público, a grande vingança contra Kassab pela ousadia de haver criado a contrafação do partido da socialdemocracia brasileira, o partido socialdemocrata.

Não havia lugar para duas siglas conservadoras em São Paulo, quiçá no Brasil, e o fortalecimento de uma implicaria necessariamente no enfraquecimento da outra.
O plano foi bem urdido. Teria que se mostrar como um raio em céu azul e mexer com as emoções das camadas médias naquilo que lhes parece ser o bem mais precioso que possuem na vida, superior à ela própria: o automóvel da família.  
Irritadíssima por quase não conseguir manter o carro, e sem outra alternativa que venha substituí-lo, dada  morosidade com que se expandiu  a rede de transporte público nos últimos 20 anos, sabiam os procuradores que se lançassem um pedaço de carne aos cães a matilha devoraria a vizinhança toda e o chamado “partido do Kassab” despontaria para a política como Lázaro para os hebreus, um verdadeiro lazarento.
Indício do sentido de cruzada contra Kassab em que se transformou o caso da Controlar, concessionária que realiza a inspeção de emissão de gases dos veículos na cidade de São Paulo, foi a copiosa análise que fez a nova porta-voz do oficialismo da Rede Globo, Madame Lo Prete, sobre os graves desdobramentos que o caso poderia ter, levando até mesmo à cassação do prefeito. Ressoaram no mesmo diapasão os demais clarins da grande mídia: Kassab pode cair!
Mas o disparo contra o alcaíde, que era para ser precisão, foi mesmo é de canhão e a explosão produzida vem detonando as paredes da fortaleza que se tentava construir para enfrentar o Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2012.
Com a indisponibilidade de bens de Kassab e de outros 12 ruiu sobre a calva dos seus arquitetos a grande aliança PSDB-PSD que se desenhava para tirar o prefeito dos braços de Dilma e assegurar uma fixação tranqüila de Alkimin no trono do Bandeirantes até 2018.
Mesmo que Bob o construtor seja chamado a corrigir os estragos produzidos no ânimo e na confiança mútua entre os partidários das siglas dos pês, dos esses e dos bês, quem convencerá o leitor de classe média furioso a dar um passo atrás e perdoar Kassab e quem com ele haverá de consorciar-se?
Como acontece em todo terremoto, o time que está na quadra acabará ganhando por WO, pois o que estava a caminho não poderá chegar ao grande jogo.

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