Com a ascensão de Eduardo Campos na preferência dos
articulistas de periódicos de grande circulação e comentaristas de TV, começa a
cristalizar-se no eleitorado tucano a sensação de que se o governador de
Pernambuco for ao segundo turno das eleições presidenciais de 2014 contra Dilma
terá o apoio de Aécio Neves, candidato do PSDB, enquanto a recíproca não é verdadeira:
se o mineiro Aécio for ao segundo turno não terá o apoio do pernambucano Campos.
A expectativa é letal para as pretensões do candidato tucano
que deixa de representar para o segmento da sociedade que se opõe ao governo
petista a possibilidade de vitória no segundo turno. Se não tivessem nada a
perder com a opção presidencial, ele e o seu PSDB, vá lá! Mas têm, e muito. Com a decisão de concorrer
ao governo federal, Aécio e seu partido deixam escapar das mãos uma
permanência tranquila e certa no governo de Minas Gerais.
Com o controle do governo de São Paulo sob crescente ameaça,
seja pela possibilidade de lançamento da candidatura Lula pelo PT em 2014 seja pelo
desgaste de quase 20 anos ininterruptos de poder, entregar de bandeja Minas soa
inaceitável à meia dúzia de caciques que controla o partido tucano.
Não seria de surpreender, portanto, que, a continuar a perda
de apoio midiático, Neves recue do projeto presidencial, dando mais uma vez
espaço à recolocação do velho “step” careca José Serra no veículo tucano.
Sem chances de ir ao segundo turno, porém reconciliado com a
própria ambição, Serra abriria mão de trocar o PSDB por outro partido, como deu
de ameaçar, o que pouparia o ninho de uma maior fragilidade em eventual disputa
com Lula da Silva em São Paulo.
Se assim vier acontecer, Serra não teria a boa vontade dos
correligionários como teve da outra vez em que concorreu à presidência da
República. Seria escolhido apenas para figurar como candidato fantoche de modo
a ocultar a real preferência de correligionários por aquele tido como
verdadeiramente capaz de derrotar o campo petista, Eduardo Campos.
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