A última pesquisa Ibope vinda a público mostra um
fenômeno até mais interessante que a inaudita popularidade da presidente em
terras antes dadas a prestigiar aqueles delas egressos, como
o Nordeste de Lula e Eduardo Campos. Afinal foi lá que a governante revelou
seus mais sólidos índices de crescimento.
O aspecto interessante a ser destacado é que Dilma cresceu a
despeito da pancadaria a que foi diuturnamente submetida na mídia falada e
escrita de mais ampla circulação. Constatá-lo é mais fácil do que identificar
suas causas.
Dilma sobe, em que pesem as forças em contrário, em razão
daquilo que por paradoxal foi apontado como uma de suas principais debilidade:
a dureza do sorriso e as feições crispadas como as de um chefe mal humorado.
Pois Dilma com esse carisma às avessas passa ao eleitor
médio, sobretudo ao mais pobre, a firmeza que julga indispensável a fim de que
sejam asseguradas as conquistas realizadas no último decênio, as quais reputa
fruto da disciplina e do esforço pessoal.
A veemência com que a presidente refuta os detratores de sua
política soa mais consistente que as críticas que lhe são movidas e calam fundo
num eleitorado que aspira à segurança como a principal premissa para a
definição de seu voto.
A oposição parece não entender que o perfil de eleitorado
que emergiu como hegemônico no Brasil, a partir do que se convencionou chamar
de era Lula, é conservador.
Não no sentido que dá ao termo o conservadorismo na economia e na política, de identificação com teses pró-mercado e intransigência com escândalos políticos. Mas no sentido de recusa do jogo político miúdo que passa ao largo do que seria o interesse da maioria, como foi o caso da reação da oposição às medidas de redução da conta de energia e da tributação sobre a cesta básica.
Não no sentido que dá ao termo o conservadorismo na economia e na política, de identificação com teses pró-mercado e intransigência com escândalos políticos. Mas no sentido de recusa do jogo político miúdo que passa ao largo do que seria o interesse da maioria, como foi o caso da reação da oposição às medidas de redução da conta de energia e da tributação sobre a cesta básica.
Depois do arquétipo do pai bonachão, os brasileiros parecem ter
abraçado definitivamente o da mãe protetora e austera.
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