terça-feira, 19 de março de 2013

O IBOPE DA CARA FEIA








A última pesquisa Ibope vinda a público mostra um fenômeno até mais interessante que a inaudita popularidade da presidente em terras antes dadas a prestigiar aqueles delas egressos, como o Nordeste de Lula e Eduardo Campos. Afinal foi lá que a governante revelou seus mais sólidos índices de crescimento.

O aspecto interessante a ser destacado é que Dilma cresceu a despeito da pancadaria a que foi diuturnamente submetida na mídia falada e escrita de mais ampla circulação. Constatá-lo é mais fácil do que identificar suas causas.

Dilma sobe, em que pesem as forças em contrário, em razão daquilo que por paradoxal foi apontado como uma de suas principais debilidade: a dureza do sorriso e as feições crispadas como as de um chefe mal humorado.

Pois Dilma com esse carisma às avessas passa ao eleitor médio, sobretudo ao mais pobre, a firmeza que julga indispensável a fim de que sejam asseguradas as conquistas realizadas no último decênio, as quais reputa fruto da disciplina e do esforço pessoal.

A veemência com que a presidente refuta os detratores de sua política soa mais consistente que as críticas que lhe são movidas e calam fundo num eleitorado que aspira à segurança como a principal premissa para a definição de seu voto.

A oposição parece não entender que o perfil de eleitorado que emergiu como hegemônico no Brasil, a partir do que se convencionou chamar de era Lula, é conservador.

Não no sentido que dá ao termo o conservadorismo na economia e na política, de identificação com teses pró-mercado e intransigência com escândalos políticos. Mas no sentido de recusa do jogo político miúdo que passa ao largo do que seria o interesse da maioria, como foi o caso da reação da oposição às medidas de redução da conta de energia e da tributação sobre a cesta básica.

Depois do arquétipo do pai bonachão, os brasileiros parecem ter abraçado definitivamente o da mãe protetora e austera. 

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