quarta-feira, 13 de março de 2013

CAROS AMIGOS, DIGAMOS A VERDADE






A revista Caros Amigos entrou em crise. Funcionários fizerem greve, vieram a público denunciar irregularidades trabalhistas e foram por fim demitidos. 

O fenômeno tipicamente capitalista que atingiu a redação daquele periódico foi tomado subitamente pelo que não era: consequência da insensibilidade do governo e resultado de partilha desigual dos recursos à sua disposição para campanhas de interesse público e para propaganda oficial.


Os críticos foram pessoas que conhecemos e que aprendemos admirar pelos Blogs que animam. São portadores de interpretações alternativas que tiveram o condão de estimular outros tanto blogs de questionamento às versões do "establishment". Têm por certo razão de afirmarem que os critérios da Secretaria de Comunicação do Governo Federal poderiam ser mais justos na distribuição de verbas publicitárias.

Agora, vincularem a falência da Editora Casa Amarela, que publica o folhetim, ao que poderíamos chamar de “desassistência governamental”, parece de todo despropositado e também pouco justo com a capacidade do periódico de reinventar-se.

O fato é que Caros Amigos padece do mesmo mal que acomete toda imprensa escrita, e de outros mais. Seus escritos perderam interesse, chafurdam no alternativo e exploram temas que mais lembram crônicas da vida privada, de tipos e perfis que já chegaram a suscitar interesses de leitores de nicho.

O fato de ter tido um passado glorioso não redime a revista de buscar soluções para seus próprios dilemas, dentre estes o mais fundamental parece ser a perda de leitores. Condenamos no que chamamos de grande mídia exatamente essa dependência do governo, expresso, por exemplo, nas compra de jornais e revistas de grande circulação pelo governo de São Paulo.
.
Não podemos propor causas artificiais a acontecimentos que todos sabemos de natureza bem mais complexa, sob o risco de sermos chamados de corporativistas e de argumentarmos em interesse próprio. Não cabe supor antecipadamente martirizadas publicações que bem podem estar sendo mal geridas ou guiadas por propostas editoriais mal formuladas. 

Eis aí a revista CartaCapital, que recebe recursos do Governo Federal mas que é, antes de tudo, um belo exemplo de sucesso editorial que atrai farta publicidade privada sem abrir mão daquilo em que acredita.

3 comentários:

  1. Exato. Tentar culpar Dilma e o PT por quedas nas vendas e falta de verbas publicitárias da imprensa escrita, fadada a encolher? A revista sempre deu 'porrada' no governo sem dó, despede funcionários de maneira oportunista após uma greve (que talvez não tenha cumprido trâmites legais, mas assim mesmo, legítima), e culpa o governo por isso? As verbas de publicidade hoje são bem mais pulverizadas do que já foram no passado, temos inclusive blogs alternativos nos quais vemos publicidade de empresas públicas. É pra blogosfera que estão perdendo clientes.

    ResponderExcluir
  2. "temos inclusive blogs alternativos nos quais vemos publicidade de empresas públicas"

    Já ouviu falar de um tal de "Anúncios Google"?
    O Governo paga para o Google, e este por sua vez, paga uma ninharia para o dono do blog disponibilizar esse tipo de anuncio no site. O Gov. agora, além de patrocinar os monopólios nacionais, patrocina os monopólios internacionais como o google, é MOLE?

    "A revista sempre deu 'porrada' no governo sem dó." -
    Globo, Folha e etc.. apoiaram o GOLPE MILITAR. Globo manipulou debate em 89. Os grandes monopólios de comunicação continuam metendo o pau no governo, e ainda assim, são os que mais recebem dinheiro dele. Aí vem alguém tentando justificar o injustificável. Vai entender.



    ResponderExcluir