A revista Caros Amigos entrou em crise. Funcionários fizerem
greve, vieram a público denunciar irregularidades trabalhistas e foram por fim
demitidos.
O fenômeno tipicamente capitalista que atingiu a redação daquele
periódico foi tomado subitamente pelo que não era: consequência da insensibilidade
do governo e resultado de partilha desigual dos recursos à sua disposição para
campanhas de interesse público e para propaganda oficial.
Os críticos foram pessoas que conhecemos e que aprendemos admirar
pelos Blogs que animam. São portadores de interpretações alternativas que
tiveram o condão de estimular outros tanto blogs de questionamento às versões do "establishment". Têm por certo razão de afirmarem que os critérios
da Secretaria de Comunicação do Governo Federal poderiam ser mais justos na
distribuição de verbas publicitárias.
Agora, vincularem a falência da Editora Casa Amarela, que
publica o folhetim, ao que poderíamos chamar de “desassistência
governamental”, parece de todo despropositado e também pouco justo com a
capacidade do periódico de reinventar-se.
O fato é que Caros Amigos padece do mesmo mal que acomete
toda imprensa escrita, e de outros mais. Seus escritos perderam interesse,
chafurdam no alternativo e exploram temas que mais lembram crônicas da vida
privada, de tipos e perfis que já chegaram a suscitar interesses de leitores de
nicho.
O fato de ter tido um passado glorioso não redime a revista
de buscar soluções para seus próprios dilemas, dentre estes o mais fundamental parece ser a perda de leitores. Condenamos no que chamamos de grande mídia exatamente essa
dependência do governo, expresso, por exemplo, nas compra de jornais e revistas
de grande circulação pelo governo de São Paulo.
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Não podemos propor causas artificiais a acontecimentos que
todos sabemos de natureza bem mais complexa, sob o risco de sermos chamados de
corporativistas e de argumentarmos em interesse próprio. Não cabe supor antecipadamente martirizadas publicações que bem podem estar sendo mal geridas ou guiadas por propostas editoriais mal formuladas.
Eis aí a revista CartaCapital, que recebe recursos do Governo Federal mas que é, antes de
tudo, um belo exemplo de sucesso editorial que atrai farta
publicidade privada sem abrir mão daquilo em que acredita.
Exato. Tentar culpar Dilma e o PT por quedas nas vendas e falta de verbas publicitárias da imprensa escrita, fadada a encolher? A revista sempre deu 'porrada' no governo sem dó, despede funcionários de maneira oportunista após uma greve (que talvez não tenha cumprido trâmites legais, mas assim mesmo, legítima), e culpa o governo por isso? As verbas de publicidade hoje são bem mais pulverizadas do que já foram no passado, temos inclusive blogs alternativos nos quais vemos publicidade de empresas públicas. É pra blogosfera que estão perdendo clientes.
ResponderExcluirPerfeito!
Excluir"temos inclusive blogs alternativos nos quais vemos publicidade de empresas públicas"
ResponderExcluirJá ouviu falar de um tal de "Anúncios Google"?
O Governo paga para o Google, e este por sua vez, paga uma ninharia para o dono do blog disponibilizar esse tipo de anuncio no site. O Gov. agora, além de patrocinar os monopólios nacionais, patrocina os monopólios internacionais como o google, é MOLE?
"A revista sempre deu 'porrada' no governo sem dó." -
Globo, Folha e etc.. apoiaram o GOLPE MILITAR. Globo manipulou debate em 89. Os grandes monopólios de comunicação continuam metendo o pau no governo, e ainda assim, são os que mais recebem dinheiro dele. Aí vem alguém tentando justificar o injustificável. Vai entender.