segunda-feira, 18 de junho de 2012

A grande disputa






Virou uma praça conflagrada o acerto da coligação que pretende conduzir Serra até a prefeitura nas eleições deste ano.

Como informa o jornal Valor Econômico (íntegra abaixo) são 110 candidatos para disputar um número limitado de duas dezenas de cadeiras na Câmara Municipal pelo bloco de legendas, de saída com 23 vereadores concorrendo à reeleição.

Para fechar as contas alguém precisa abandonar o pleito de partilhamento de vagas. Pela proximidade que mantêm com Serra,  esse alguém seria Kassab, que nesse caso obteria em compensação o lugar de vice na chapa para um de seus correligionários.

Contudo, para abrir mão da coligação e ter chances de eleger uma banca mínima de vereadores, Kassab depende que o TSE reconheça o direito de seu partido ao desfrute de tempo de propaganda na TV, mesmo não tendo participado do último pleito como o exige a legislação eleitoral. Do reconhecimento desse direito pelo TSE dependeria também a legitimação da escolha de um vice do partido.

Acontece que o TSE vem adiando a decisão devido ao grau de polêmica que a envolve e o potencial que tem de influir em resultados eleitorais. O resultado do impasse é o aumento do conflito no interior do próprio partido a que pertence o candidato e a recusa dele de carregar o candidato ao preço do próprio sacrifício no legislativo municipal.
                                

Indefinição do TSE sobre PSD tumultua chapa de Serra

Por Raphael Di Cunto, do Valor Econômico

A sete dias da convenção partidária para homologar o nome do ex-governador José Serra como candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, os tucanos começam a semana dependendo do julgamento do tempo de televisão do PSD para definir a composição da chapa de vereadores e até a escolha do vice-prefeito.

O plano do PSDB foi atrapalhado pelos consecutivos adiamentos, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do julgamento sobre a redivisão do fundo partidário a pedido do PSD. O entendimento dos tucanos é que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) teria preferência na indicação do vice e faria menos pressão pela coligação proporcional se seu partido tivesse tempo de TV.

Isso depende, porém, de uma decisão favorável do TSE e a demora no julgamento tem atravancado as negociações com as outras legendas. Além do PSD, dois partidos exigem coligação proporcional com o partido de Serra: PR e DEM.

O PP, que impunha a mesma condição, anuncia hoje seu rumo nas eleições de outubro. A aliança com o PSDB entrou em compasso de espera na sexta-feira, depois que o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do próprio PP, atuou para entregar um cargo-chave da pasta para o seu partido, como forma de levar o apoio da sigla para o petista Fernando Haddad.

Se o "chapão" for confirmado, sem o PP, serão 23 vereadores concorrendo à reeleição, além de uma dezena de pré-candidatos com potencial eleitoral - o PV, com seis parlamentares, é o único da aliança que não quer coligar para vereador. Avalia ter voto de legenda suficiente para fazer bancada.

O PSD, principal alvo dos demais aliados, tem buscado diminuir os atritos. Na sexta-feira foi oficializada a indicação do vereador Domingos Dissei (PSD) como conselheiro do Tribunal de Contas do Município. Outro vereador da legenda, Marcos Cintra, preferiu ficar na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.

Apesar disso, uma chapa com tantos candidatos à reeleição, analisam os contrários ao "chapão", deve elevar muito o número de votos mínimos para se reeleger. Outro problema é que cerca de 60 pré-candidatos tucanos serão impedidos de concorrer para dar lugar a outras siglas. A chapa terá, no máximo, 110 candidatos, independentemente do número de partidos que a compõem.

A pressão, avaliam tucanos, seria amenizada com o julgamento do tempo de TV do PSD, já que o partido se tornaria menos dependente dos votos obtidos pelas outras legendas da chapa. Uma cadeira a vereador é garantida por 130 mil votos. Sem tempo de TV ou coligação, ficaria mais difícil para o PSD repetir a atual bancada de 10 vereadores.

O TSE, porém, ainda não julgou sequer a redistribuição do fundo partidário, que seria usada pelos advogados do partido para acelerar a decisão sobre a propaganda partidária. Ambos são definidos com base na eleição anterior para a Câmara dos Deputados - da qual o PSD não participou, já que não existia. O partido quer receber pelos 52 deputados filiados à legenda em sua fundação, pleito cuja análise está pendente desde novembro.

Além da composição da chapa de vereadores, dessa decisão também depende a escolha do vice de Serra: se o PSD ganhar, é quase certo que a vaga fica com o ex-secretário municipal de Educação Alexandre Schneider (PSD).


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