Virou uma praça conflagrada o acerto da coligação que pretende conduzir Serra até a prefeitura nas eleições deste ano.
Como informa o jornal Valor Econômico (íntegra abaixo) são 110 candidatos para disputar um número limitado de duas dezenas de cadeiras na Câmara Municipal pelo bloco de legendas, de saída com 23 vereadores concorrendo à reeleição.
Para fechar as contas alguém precisa abandonar o pleito de
partilhamento de vagas. Pela proximidade que mantêm com Serra, esse alguém seria Kassab, que nesse caso obteria
em compensação o lugar de vice na chapa para um de seus correligionários.
Contudo, para abrir mão da coligação e ter chances de eleger
uma banca mínima de vereadores, Kassab depende que o TSE reconheça o direito de
seu partido ao desfrute de tempo de propaganda na TV, mesmo não tendo participado
do último pleito como o exige a legislação eleitoral. Do reconhecimento desse
direito pelo TSE dependeria também a legitimação da escolha de um vice do
partido.
Acontece que o TSE vem adiando a decisão devido ao grau de
polêmica que a envolve e o potencial que tem de influir em resultados
eleitorais. O resultado do impasse é o aumento do conflito no interior do
próprio partido a que pertence o candidato e a recusa dele de carregar o candidato
ao preço do próprio sacrifício no legislativo municipal.
Indefinição do TSE sobre PSD tumultua chapa de
Serra
Por Raphael Di Cunto, do Valor Econômico
A sete dias da convenção partidária para homologar
o nome do ex-governador José Serra como candidato do PSDB à Prefeitura de São
Paulo, os tucanos começam a semana dependendo do julgamento do tempo de
televisão do PSD para definir a composição da chapa de vereadores e até a
escolha do vice-prefeito.
O plano do PSDB foi atrapalhado pelos consecutivos
adiamentos, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do julgamento sobre a
redivisão do fundo partidário a pedido do PSD. O entendimento dos tucanos é que
o prefeito Gilberto Kassab (PSD) teria preferência na indicação do vice e faria
menos pressão pela coligação proporcional se seu partido tivesse tempo de TV.
Isso depende, porém, de uma decisão favorável do TSE
e a demora no julgamento tem atravancado as negociações com as outras legendas.
Além do PSD, dois partidos exigem coligação proporcional com o partido de
Serra: PR e DEM.
O PP, que impunha a mesma condição, anuncia hoje
seu rumo nas eleições de outubro. A aliança com o PSDB entrou em compasso de
espera na sexta-feira, depois que o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, do
próprio PP, atuou para entregar um cargo-chave da pasta para o seu partido,
como forma de levar o apoio da sigla para o petista Fernando Haddad.
Se o "chapão" for confirmado, sem o PP,
serão 23 vereadores concorrendo à reeleição, além de uma dezena de
pré-candidatos com potencial eleitoral - o PV, com seis parlamentares, é o
único da aliança que não quer coligar para vereador. Avalia ter voto de legenda
suficiente para fazer bancada.
O PSD, principal alvo dos demais aliados, tem
buscado diminuir os atritos. Na sexta-feira foi oficializada a indicação do
vereador Domingos Dissei (PSD) como conselheiro do Tribunal de Contas do
Município. Outro vereador da legenda, Marcos Cintra, preferiu ficar na
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho.
Apesar disso, uma chapa com tantos candidatos à
reeleição, analisam os contrários ao "chapão", deve elevar muito o
número de votos mínimos para se reeleger. Outro problema é que cerca de 60
pré-candidatos tucanos serão impedidos de concorrer para dar lugar a outras
siglas. A chapa terá, no máximo, 110 candidatos, independentemente do número de
partidos que a compõem.
A pressão, avaliam tucanos, seria amenizada com o
julgamento do tempo de TV do PSD, já que o partido se tornaria menos dependente
dos votos obtidos pelas outras legendas da chapa. Uma cadeira a vereador é
garantida por 130 mil votos. Sem tempo de TV ou coligação, ficaria mais difícil
para o PSD repetir a atual bancada de 10 vereadores.
O TSE, porém, ainda não julgou sequer a
redistribuição do fundo partidário, que seria usada pelos advogados do partido
para acelerar a decisão sobre a propaganda partidária. Ambos são definidos com
base na eleição anterior para a Câmara dos Deputados - da qual o PSD não
participou, já que não existia. O partido quer receber pelos 52 deputados
filiados à legenda em sua fundação, pleito cuja análise está pendente desde
novembro.
Além da composição da chapa de vereadores, dessa
decisão também depende a escolha do vice de Serra: se o PSD ganhar, é quase
certo que a vaga fica com o ex-secretário municipal de Educação Alexandre
Schneider (PSD).
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