A cantora Daniela Mercury assumiu a homossexualidade e
declarou que a editora do telejornal Bom Dia Brasil na Bahia, Malu Verçosa, é sua
esposa.
Deixou implícito, como justificativa do ato, o desejo de selar um protesto
contra a permanência do pastor Marcos Feliciano a frente da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara dos Deputados.
Vinculou o deputado às suas declarações porque sabe que em sentido
estrito não interessa a seus admiradores de que forma vivencia sua sexualidade,
se com homens, se com mulheres ou qualquer outra espécie de ser vivente.
Trazendo o evangélico à cena, a cantora conferiu nobreza ao
gesto e fez passar por manifestação de coragem o que não passou de tentativa de
reavivar uma imagem artística abalada pela emersão de outros talentos no nicho
musical que explora. Havia tentado fazê-lo antes, dando publicidade a
sucessivas adoções de crianças e casamentos heterossexuais.
A manobra midiática funcionou. Festejaram seu destemor e
contribuição à causa das minorias o porta-voz dos homossexuais, deputado Jean
Willis e o jornal Folha de São Paulo, que conclamou outros a seguirem o exemplo da cantora e abandonar os armários em que ocultam a sexualidade. Como se todos fôssemos gays em potencial a espera da oportunidade que nos abre a ex-musa do axé.
Mas que se ponham as coisas em seu devido lugar. A saída de
Feliciano do comando da Comissão de Direitos Humanos não é uma bandeira homossexual,
é uma reivindicação dos negros, dos católicos, umbandistas e de todos os
cidadãos portadores de direitos inalienáveis nos termos da Constituição.
A assunção da cantora brega não pode ser politizada porque a
sociedade não se coloca contra a união de pessoas do mesmo sexo. As
resistências que ainda existem devem ser vencidas, como estão sendo vencidas,
pela radicalização da democracia e sua consequente institucionalização no âmbito dos costumes e da família.
Alguém dirá que a publicidade ganha pelo caso contribuirá, pela exemplaridade, com os
avanços para a conquista desses objetivos. Não pensam assim os que não se deixaram levar pelos exemplos de Amy Winehouse e do compositor Chorão, vitimados pelo consumo
de drogas. O que os personagens de TV fazem, fazem-no em favor ou desfavor de si
próprios e não como entes exemplares cujas atitudes devam ser imitadas.
A tentativa de transformar opções pessoais em exemplos a serem
seguidos não é própria das sociedades democráticas, mas de culturas dominadas
pelo personalismo e pela observância de padrões modelares de conduta, do tipo dos que vigeram no Reino
Unido na virada do século passado e vigem ainda na Coréia do Norte da dinastia dos Kim Jung.
Sapateie pois com quem quiser a cantora Daniela Mercury, isso
definitivamente não interessa aos brasileiros.
Tal qual não interessa aos brasileiros a opinião de Marcos Feliciano sobre união de casais do mesmo sexo.
ResponderExcluirAcho que existem limites na exposição da vida das celebridades, mas imagino que, em alguns casos e situações, isso possa ter uma repercussão que reforce uma tendência da civilização humana... como é o caso das relações homo-afetivas...
ResponderExcluirConsidero, então e portanto, que o motivo que levou a cantora Daniela Mercury a expor sua vida pessoal é perfeitamente justificável e contribui, não somente para uma espécie de protesto contra as opiniões do deputado federal Marco Feliciano, para a formação de opiniões desprovidas de preconceito entre os fãs da cantora baiana e no público em geral.
Eles querem tornar a homossexualidade uma moda, para que assim o mundo se torne "mais" gay, e como ficará a reprodução, faremos tudo artificialmente? A homossexualidade está cada vez mais impondo suas vontades para oprimir a sociedade a ser como eles!
ResponderExcluirAcho que neste caso você foi infeliz, assim como este anônimo que acha que ser homossexual esta na moda, e que queremos converter todos os heterossexuais em gays. Esta sua visão é a mesma que a do Marco Feliciano, Bonsonaro, Silas Malafaia, e de tantos outros extremistas que começaram a surgir no Brasil. Não precisamos disso no Brasil. Somos um país miscigenado onde o negro, a loira, o gordo, o velho, o pobre, o rico, o feio, o bonito, o gay e a lésbica são discriminados. Vivemos numa sociedade que mata crianças de fome, e que mesmo assim, não permite que casais de homossexuais cuidem delas. Se der uma olhada nas pesquisas feitas pelo hospital Emílio Ribas, verá que o índice de HIV entre as mulheres, tem aumentado naquelas que declaram ser evangélicas. Isso vem demonstrar que há um grande problema social por trás deste levante que as igrejas tidas como: evangélicas e protestantes, estão fazendo, ao tentar encobrir seus homossexuais que trajam ternos baratos e se dizem DEUS. Como você gosta de falar de economia, vou parafrasear alguns conceitos de Max Weber: o que acontece com uma civilização só pode ser contada através de sua história econômica. Quando a economia vai bem, todos se respeitam, quando vai mau, alguém tem que pagar a conta. E quando chegamos neste ponto, toleramos assassinatos em série, prisões sumárias sem julgamento, e se tiver algum grupo diferente, é este que será execrado.
ResponderExcluirEmbora respeite a opinião do leitor que diz quererem transformar todos nós em homossexuais, com ela não concordo. Por isso, juntar minha opinião àquela outra não procede. O que busquei evidenciar com o texto foi o factóide criado pela cantora, que se presta a uma radicalização de abordagens de toda inútil para a defesa das liberdades individuais. É natural que se veja nisso destemor ou uma contribuição à causa homossexual. Da minha parte vi apenas bravata e interesse comercial.
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