Toda energia não canalizada tende dissipar-se. E a energia
mobilizada pelas manifestações que eclodem pelo País já não podem ser
direcionadas a uma ou outra demanda isolada. Passagem de ônibus? PEC 37?
Corrupção?
Não! Cada um tenta puxar a sardinha para o seu lado enquanto a
população nas ruas não quer menos que a reforma cabal e completa das instituições.
Não uma reforma conduzida por esses congressistas que estão
aí, também eles alvo da fúria popular. Mas por outros, eleitos com o propósito
de redesenhar as instituições e imprimir novo sentido de finalidade ao
ordenamento jurídico.
Basta de salvadores pré-fabricados como o raivoso presidente
do Supremo, Joaquim Barbosa, erigido pelas organizações Globo como exemplo a
ser seguido segundo a receita do estude, preste concurso público para sentar-se
a mesa com os poderosos, ainda que arrote e solte gases à mesa.
A saída é coletiva tal qual a história ao longo dos tempos
tem ensinado, mesmo que a confiança popular não favoreça nem os partidos nem os sindicatos, eles mesmos forças instrumentais de uma ordem a que se
deseja por fim.
Mas o ímpeto transformador das mobilizações engendradas pela
história se deixado só às ruas levam a becos sem saída, o fogo das barricadas
mantido a arder noite a dentro extingue-se por si mesmo. O que não é de modo
algum bom para a nação, pois se a montanha parir um rato haverá no futuro a
violência que nasce da decepção.
Foi a Constituição de 1988 que abriu essa caixa de pandora
com o primado que estabeleceu da soberania popular e da justiça social. Seu cumprimento,
a ferro e fogo por meio dos programas sociais de larga envergadura nos governos
Lula e Dilma, estabeleceu uma nova consciência de direitos incompatível com o
funcionamento de instituições que a ela sobreviveram ainda eivadas de interesses
particularistas das oligarquias conservadoras.
Da concentração da mídia aos poderes de investigação pelas
instituições de Estado, tudo deve ser repensado segundo a legitimidade de uma
nova Constituinte que exprima o espírito dos tempos, afinado com a inclusão
social e a democracia direta tornada possível com os mecanismos de internet.
Dizer não ao Congresso, dizer não às oligarquias estaduais e
ao economicismo que não vê mais que números e cifras enquanto a população
padece nas cidades, exige como resposta a criação de uma instância de decisão e
de reformulação das instituições que esteja acima dos poderes constituídos dos
quais refoge toda e qualquer confiança.
Que as ruas vocalizem o grito de uma Constituinte soberana e
exclusiva já, para o bem do Brasil!
Escolha a resposta certa
ResponderExcluirO Brasil que vai vai para:
( )o brejo
( )a merda
( )pro perau
( )todas as opções são corretas
Muito bom artigo, continua tão pertinente quanto ao ser escrito. Pelo povo deve ser escrita a história. Para o limbo devem ir os traidores da pátria, sem proposta, sem partido, sem compromisso, sem poder e sem pauta para o movimento popular. Não passarão.
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