Depois que a campanha presidencial foi deflagrada em abril
último, as campanhas estaduais ganharam os diretórios partidários e os gabinetes palacianos dos governos estaduais. Não poderia ser diferente. Ao contrário da eleição
passada, esta é uma eleição casada – para presidente e governador – e falar de
uma sem mencionar a outra equivale à sugestão do pato manco.
Nas eleições estaduais do próximo ano joga-se também o desfecho das eleições presidenciais de 2018. Situação e oposição articulam suas candidaturas aos governos
estaduais de olho na próxima grande disputa em que Dilma não
poderá mais concorrer ao posto de chefe da nação em função do término de seu
segundo mandado.
Depois da relutante aceitação do mineiro Aécio Neves como candidato nacional no ano que vem, o PSDB sinaliza lançar novamente Geraldo Alckmin
em 2018, posicionando-o desde já como candidato à própria sucessão nas eleições
estaduais que se aproximam.
Não foi por outro motivo senão o de tranquilizar Alckmin que
Aécio Neves correu o risco de desgastar-se com a pecha de oportunista ao propôr,
à revelia de caciques do partido, o fim da reeleição de presidentes no Brasil e a
definição de um mandato de 5 anos para o governante que vier a suceder Dilma.
O PT, enquanto força hegemônica do situacionismo, também testa
seus nomes para as eleições no Estado que deverá oferecer o mais competitivo
candidato das oposições ao Planalto em 2018, São Paulo. Mas nenhum dos nomes postos até agora responde a contento aos desafios de uma eleição casada como a
que se avizinha.
Os ministros da educação Mercadante, o da saúde Padilha e o
da fazenda Mantega são nomes de prestígio mas que ainda precisariam demonstrar melhores resultados em suas respectivas áreas de atuação para credenciarem-se, com alguma chance de sucesso, à postulação de governador.
Nas eleições estaduais do ano que vem já não existe
a possibilidade de neófitos surpreenderem e se imporem a nomes conhecidos –
como foi o caso de Fernando Haddad na cidade de São Paulo – já que não mais
haverá a mesma predominância de temas locais sobre os nacionais, que deu a vitória ao atual prefeito.
De outro modo, as próximas eleições regionais serão polarizadas em torno da
figura do candidato presidencial com a atenção do eleitor fixada na manutenção de
políticas que a seus olhos deram resultados. Por isso mesmo tendendo a favorecer nomes conhecidos, com calibre para postularem a presidência
no pleito seguinte.
Esses atributos não parecem favorecer quaisquer das
candidaturas postas pelo petismo. Exceto a da senadora Marta Suplicy, bem
avaliada como prefeita e ministra da Educação, mas contra quem pesa um estigma
difícil de ser removido, principalmente no interior do Estado, de haver criado
taxas e – pasme – de haver se separado do “marido ideal”, o tonto Eduardo Suplicy.
Nesse sentido Marta não seria páreo para Alckmin no mais conservador talvez
Estado da Federação.
Para obter a vitória nas eleições paulistas do ano que vem há apenas um nome, gostem ou não da ideia as diversas frações que disputam o
poder no interior do petismo. Esse nome é o de Lula da Silva, em desfavor de quem a mídia infla nomes de temporada, como fez agora com o de Marta Suplicy apontada pela Folha de São Paulo como o ex-prefeito prefeito mais bem avaliado da história recente da cidade de São Paulo. Sintomaticamente depois de que o candidato Aloísio Mercadante, sentindo cheiro de fumaça, resolveu retirar a sua candidatura para dedicar-se aos projetos da pasta que dirige.
Lula talvez de momento não deseje a incumbência , mas o destino com que lhe acenam, de Jesus Cristo crucificado na cruz do mensalão e a defecção do governador
Eduardo Campos, posta na praça por causa da suposta aposentadoria de Lula,
seriam motivo o bastante para que o ex-presidente cogite dedicar os anos finais de
sua vida ao papel de anjo da guarda do Brasil, numa rota que passa necessariamente por São Paulo.
Sugiro considerar o nome de Luiz Marinho
ResponderExcluirNinguém discutiria o FATO de que Lula é favorito em qualquer eleição de qualquer lugar deste país e, talvez, até de outros. Entretanto, vale lembrar que Lula candidato em São Paulo implica o projeto das esquerdas abrir mão de seu MAIOR cabo eleitoral. Significa ganhar São Paulo e deixar menor o palanque de Dilma e de todos os candidatos a governador no resto do país, já que ele não mais poderá percorrer o Brasil. Vale a pena?
ResponderExcluirPequi com gueroba