Acusam o Governo de precipitada e prematuramente haver dado
início a campanha eleitoral. Nada mais falso. Dilma e seu operador político
Lula apenas responderam no plano da política partidária a movimentos nem um
pouco sutis das forças interessadas em restringir a interferência do Estado na
economia nos moldes que tem caracterizado a atual gestão.
A ênfase no lado real da economia - o da produção - com políticas
de incentivo a indústria e ao mercado interno produziram um ponto de máxima resistência
por parte dos setores ligados aos ganhos de capital.
Em particular o corte abrupto das taxas de juros e a redução
das tarifas de energia no episódio do cancelamento das renovações automáticas
das concessões, deixaram muito bem estabelecido para esses setores que mais 4 anos de políticas de
controle das variáveis que afetam o preço do dinheiro e os ganhos de tesouraria
seriam intoleráveis .
Então iniciaram os primeiros movimentos de reação. Primeiro foi o
terrorismo de divulgar a todos os pulmões, na mídia que controlam como
anunciantes de peso, que caminhávamos para o colapso no fornecimento de
energia devido às medidas de “desestímulo” postas em prática.
Depois foram os movimentos patrocinados por grandes bancos
nacionais estrangeiros no sentido de derrubar o ministro da Fazenda brasileiro
buscando instigar contra o Governo os investidores e bancos internacionais.
A campanha continuou com ataques a Petrobrás e ganhou
expressão nitidamente política com o retorno ao noticiário das articulações do
provável candidato das oposições (Aécio Neves) com a equipe econômica do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no sentido de formular uma alternativa
liberal à condução da economia.
Fez parte dessa iniciativa para consolidar uma estratégia
eleitoral oposicionista o estímulo aos movimentos de dissidência do governador
de Pernambuco Eduardo Campos com o propósito não apenas de fraturar a aliança
governista como também de criar os meios para uma eventual aliança centrista
vitoriosa.
A resposta do governo foi a que se viu. Colocou seus tanques
na rua, chamou os sindicatos e dobrou a aposta na parceria com o PMDB,
entregando-lhes as duas Casas do Congresso, garantindo-lhe a vice-presidência
na chapa de Dilma e reforçando sua cota de ministérios importantes. De outra
parte, a campanha movida pela mídia com o beneplácito da oposição contra os
novos presidentes da Câmara e do Senado, apenas fizeram empurrar o PMDB ainda mais
para os braços do PT.
Como se diz no pôquer, Dilma trucou. A um só tempo expôs a
nudez ideológica e programática do voraz partido socialista, deslocado em seu
papel de quinta coluna, e mobilizou o que se chama de forças vivas da sociedade
em torno de um eixo comum, a defesa de um modelo inclusivo de governo, “do
povo, para o povo e pelo povo”. Lula já chamou a CUT e a Força Sindical para
perfilar nesse confronto cuja alternativa à unidade é passar para o lado de lá,
para o lado antisindical ou tatcherista de Malan e Cia.
Prova de que o contra-ataque funcionou é o retorno dos
choramingas propagandistas da oposição nas colunas de rádio e televisão. Alegam
que Dilma estaria subvertendo as regras do jogo porque usa a vantagem de
exposição para antecipar a campanha eleitoral, como faz a sabuja Dora Kramer em
sua coluna no Estadão. Ou partem para a desqualificação – do tipo da que faz
Bosco Rabello – ao dizer que Dilma não manda mais em seu Governo porque Lula
nele faz e desfaz para manter a mandatária no poder.
Quem deflagrou a campanha eleitoral foram as oposições. Que
dancem agora conforme a música. Muito
alegre para o Governo e apoiadores, como o demonstram os formidáveis indicadores
econômicos do primeiro bimestre de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário