A decisão de Marina Silva de filiar-se ao PSB e figurar como
vice na chapa desse partido à presidência da Republica atinge em
cheio as pretensões eleitorais dos tucanos de chegarem ao segundo turno das eleições de 2014.
A decisão da ex-ministra de Lula de aliar-se a outro
ex-ministro de Lula, Eduardo Campos, marca o fim de uma era em que a opção liberal
para a sociedade brasileira ainda era vista como alternativa ao trabalhismo de
esquerda do partido dos trabalhadores.
Não irá ao segundo turno o candidato Aécio Neves por haver
ensejado com o discurso totalizante de “ser contra tudo que esta ai" a rejeição
definitiva ao modelo tucano de economia e sociedade, orientado pela lógica do
capital financeiro e submetido as forças tendenciosamente cegas do mercado.
Ainda que haja um perdedor de fato com a decisão de Marina
Silva, o partido dos tucanos, não consta que haja um ganhador certo. Nada
sugere que ao colocar-se como força reparadora das incongruências reais e
imaginarias do governo em exercício possam os que dele dissentiram convencer a parcela do eleitorado disposta a apoiar Dilma Russef nas próximas eleições
de que colaboradores possam se sair melhor que seus chefes.
Isso porque não existem 3 modelos de sociedade forjados
pelos mesmo processo histórico que teve sua ruptura com o fim do governo de
João Goulart. Disso sabem o neto de Miguel Arraes que com Jango ombreou nas lutas que culminaram com o golpe militar de 1964 e a companheira de Chico Mendes. a quem o partido dos
trabalhadores deveu parte da seu mito de origem.